Festival Dias de Música Electroacústica #15 - Gerhard Stäbler








Festival Dias de Música Electroacústica, 15ª Edição
Festival Dias de Música Electroacústica dedicado a Gerhard Stäbler
(Lisboa, Castelo Branco, Seia, Porto)

O festival Dias de Música Electroacústica é um festival itinerante iniciado na Polónia em 2003 com direcção artística de Jaime Reis. 
Comemora o seu 10º aniversário na 15ª edição, dedicada ao emérito compositor Gerhard Stäbler, um dos compositores mais activos a nível mundial que colabora regularmente com instituições importantes na Europa, América, Austrália e Ásia.
Esta edição do festival passará por Lisboa, Castelo Branco, Seia e culminará em excelência no Porto, na Casa da Música, onde será apresentado o trabalho colaborativo entre o Ensemble Collegium Musicum Electroacústico, o maestro Pedro Pinto Figueiredo e os compositores convidados Gerhard Stäbler e Kunsu Shim.

Decorrerá entre 16 a 21 de Dezembro 2013. 



16 Dez | 15-18h
Encontro com Gerhard Stäbler
com a participação do Atelier de Música Contemporânea da EMNSC.
Escola de Música Nossa Senhora do Cabo (Linda-a-Velha), Sala de Orquestra

18 Dez | 15-18h
Encontro com Gerhard Stäbler
com a participação do Ensemble de Música Electrónica da ESART (coordenação: Rui Dias) 

19 e 20 Dez
Estágio com Gerhard Stäbler, Kunsu Shim, Ensemble Collegium Musicum Electroacústico, maestro Pedro Pinto Figueiredo
20 Dez | 21h
Concerto 

Concerto 
Gerhard Stäbler, Kunsu Shim, Ensemble Collegium Musicum Electroacústico, maestro Pedro Pinto Figueiredo




Este festival tem o apoio do Goethe-Institut Portugal, Dir. Geral das Artes - Sec. de Estado da Cultura, Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança - Uni. Nova de Lisboa, Conservatório de Música de Seia, CM Seia, Banda de Gouveia, Casa da Música.









Gerhard Stäbler (n. 1949), Wilhelmsdorf, perto de Ravensburg, no sul da Alemanha. Em 1968 realizou o curso de composição na Nordwestdeutsche Musikakademie, em Detmold, e prosseguiu estudos na Folkwang-Hochschule (Essen), onde estudou com Nicolaus A. Huber (composição) e Gerd Zacher (órgão). O “Cornelius Cardew Memorial Prize” (1982) foi o primeiro de uma série de prémios, encomendas e bolsas de estudo que recebeu como compositor. Desde o início da sua carreira até hoje, Gerhard Stäbler para além da sua actividade como compositor, esteve também envolvido politicamente e como organizador de eventos artísticos, como o New Music “Aktive Musik”, que fundou e dirigiu. Adicionalmente, tem sido professor convidado em muitas instituições na América do Norte e do Sul, médio e extremo Oriente. A música de Stäbler frequentemente transcende as estruturas convencionais e as expectativas do público através de gestos ou movimentos no espaço, recorrendo à estimulação olfactiva, visual ou interagindo com o público. O compositor considera fulcral estimular a imaginação, sensibilizar a escuta e outros órgãos perceptivos em direcção a processos perceptivos e de pensamento inesperados. Esta é também a origem do seu interesse na interacção entre composição e improvisação, que fornece uma tensão peculiar entre os intérpretes, aquando dos momentos musicais pré-determinados e simultaneamente "abertos" - Como se pode ver na partitura gráfica de 1986, Vermelho sobre preto. A sua música é também caracterizada por momentos extremos de desenvolvimento e carácter contemplativo, contendo elaborados constructos que não impedem a afirmação musical directa. Especialmente desde a década de 1990 que o compositor criou grupos de peças que incidem sobre diferentes aspectos relacionados com complexos temáticos (por exemplo as composições em torno do complexo de Cassandra). Nalguns casos, peças que podem ter interpretadas de forma autónoma, podem também ser interpretadas simultaneamente. Stäbler provoca repetidamente o auditor a reflectir criticamente sobre a música, sem tornar a sua música abertamente política. Por exemplo, na obra Karas.Krähen (1994/95), o crocitar do corvo é musicalmente interpretado nas suas possíveis implicações (na mitologia antiga ou como precursor do juízo final). A música não pretende apenas explorar o seu próprio simbolismo, mas incide sobre as nossas acções individuais no mundo em que vivemos.
Em 2006 foi realizada uma extensiva homenagem ao compositor pela rádio Saarland (Sarre, Alemanha) integrada no festival "Mouvement – Music of the 21st Century" em Maio, em Saarbrucken, seguida da estreia da sua opera de câmara, Afternoon Sun in the Past Fall, na capital sul coreana, Seoul. No final de Outubro desse ano foram estreadas em Düsseldorf as Peças Nocturnas I-IV para quinteto com piano e vozes, referentes  às peças para piano epónimas de Schumann, op. 23. Em Janeiro de 2007 foram estreadas as peças, TSUKI, SUBARU, um concerto para instrumentos tradicionais japoneses e orquestra, em Duisburg. Nesse mesmo ano, o compositor foi convidado para numerosos concertos e masterclasses em países como a Grécia, Inglaterra, Áustria, Austrália e numerosas cidades na Alemanha. Em Maio de 2007 a sua peça Wasser.Zeichen para orquestra, ensemble, coro e electrónica foi tocada em Duisburg. Integrado nos Dresdner Days for Contemporary Music, foram também estreadas 2 peças em Outubro de 2007. No final do ano o teatro musical Letzte Dinge, sobre textos do poeta Paul Auster, interpretada em Frankfurt/Main com grande sucesso.
Em Abril de 2008, a trilogia Sappho, para soprano, coro, orquestra dividida e electrónica foi estreada enquadrada no "WDR-Fest", no Duisburger Landschaftspark. O compositor foi convidado para a Academia de Verão European Centre for Arts em Hellerau (Dresden) e seguidamente nos famosos Darmstädter Ferienkurse, onde foram estreadas duas peças do compositor ...ins Offene... para o Neuen Vocalsolisten Stuttgart e ]upon dry land[ para o Duo Konflikt. Outros convites levaram o compositor a Creta, ao Festival Klangspuren Schwaz (para a estreia de Fund.Stücke e Luftspiegelungen para o Ensemble ascolta), ao Sonic Fusion Festival em Edimburgo e para uma digressão no Líbano. 
Em 2009 o compositor compôs um teatro musical para crianças, para o Teatro Nacional Alemão. Em 2013, o compositor tem tido concertos e masterclasses em lugares como Düsseldorf, Nürnberg, Essen, Karlsruhe, Augsburg, Graz, Colónia, Leipzig, Atenas, Roma, Helsínquia, Alessandria, Reikjavik, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos da América.
Traduzido e adaptado de http://gerhard-staebler.de/




Kunsu Shim (n. 1958), Busan, Coreia do Sul. O compositor afirma que o contacto com o oceano foi muito importante na sua adolescência para a sua experiência de abertura e expansão espacial. Esta noção foi explorada posteriormente em várias das suas obras. Vencedor de prémios de composição aos 18 e 19 anos, estudou composição com Inyong La na Universidade Yonsei, em Seoul. Em 1982 e 1983, foram-lhe atribuídos os prémios dos jornais DongA e JungAng. Em 1985, Kunsu Shim foi estudar para a Alemanha (Stuttgart) com Helmut Lachenmann (1987-88), altura em que conheceu Gerhard Stäbler, com quem vive e colabora actualmente. Em 1989, Shim foi viver para Essen para prosseguir estudos até 1992, com Nicolaus A. Huber, na Folkwang Hochschule. Shim considera que foi atraído pela linguagem "simples, mas forte" de Huber. Foi nesta altura que o seu estilo composicional foi alterado por um crescente interesse pela música erudita contemporânea de compositores dos Estados Unidos da América, em particular John Cage e Morton Feldman, mas também pelas artes visuais e literatura. Shim encontrou a sua linguagem característica aquando da composição da obra orchester in stereo mit fünf sinustönen. Em 1992, foi premiado no Forum junger Komponisten/WDR e iniciou a temporada "Aktive Musik" na Alemanha. Tem tido digressões em concertos, masterclasses e residências artísticas numerosas vezes, nomeadamente "Derjassi artist-in-residence" (California, 1993), "Ragdale" (Chicago, 1995) e "Schreyahn" (Alemanha, 1996-97). De 1994 a 1999, pertenceu ao grupo de compositores "wandelweiser", com quem partilhou posições estéticas semelhantes em particular na sua relação com os conceitos de silêncio e simplicidade. Desde 1993, tem ensinado na Folkwang-Hochschule frequentemente. Em 1998 foi-lhe atribuída uma bolsa pela Academia das Artes de Berlim. No mesmo ano, foi compositor residente Museum of Contemporary Art (Chicago). Em 2000, fundou conjuntamente com Gerhard Stäbler, em Duisburg Innenhafen, o centro para apresentação e discussão de música erudita contemporânea e outras artes denominado "EarPort". Ensinou em várias universidades coreanas como Donga University (Busan), Sukmyong University (Seoul) e Suwon University (Suwon). Em colaboração com Stäbler, foi convidado pelo Goethe Institute San Francisco para criar um projecto de teatro musical New Langton Arts Theater San Francisco. Em 2001, Shim apresentou a sua música no Ultima Festival em Oslo e em 2002, no Kore-Festival em Montreal, tendo também realizado concertos e conferências na Universidade de Toronto e na Columbia University em Nova Iorque. Em 2003, recebeu a conhecida bolsa Genko Uchida, que lhe permitiu visitar o Japão durante 3 meses, onde também realizou concertos. Em 2004, a Universidade de Dortmund realizou um concerto com a sua música em sua homenagem e foi convidado a ensinar no Evergreen State College (no estado de Washington). Recebeu também uma encomenda da Fundação Wilhelm Lehmbruck Museum Duisburg para a instalação sonora Lichtrand para o projecto "StadtLicht-LichtKunst" no Kantpark Duisburg. De 2005 a 2007, Shim foi convidado a apresentar as suas composições em vários concertos e masterclasses nos Estados Unidos da América, Grécia, Coreia do Sul, Inglaterra, Austrália, Singapura e numerosas cidades alemãs. Em 2008, recebeu uma encomenda para escrever a peça orquestral Steinschlag·Zeit, estreada no projecto "What you love" da Radio Festival "WDR Fest Duisburg" na antiga fábrica de aço de Duisburg. Ainda nesse ano, realizou masterclasses de composição na Grécia (Creta) e apresentou a sua música no Sonic Fusion Festival, em Edinburgo e em concertos e masterclasses em Beirute. Em 2009, recebeu uma bolsa para trabalhar no Centro Cultural de Andratx (Espanha), realizou o projecto audio visual TRIALOG, com Stäbler e o artista coreano Kyungwoo Chun, em Seoul, e realizou masterclasses de composição na Kyungsung University (Busan), tendo também a sua música sido apresentada em cidades europeias e americanas. Em 2010, foi compositor em residência convidado no "Borealis Festival" (Bergen, Noruega), tendo recebido encomendas de novas obras integradas no referido festival. No mesmo ano, organizou o festival "HörSinne" (Alemanha) e publicou o livro trilíngue (alemão, inglês, coreano) bild·klang·los, em conjunto com Kyungwoo Chun e Gerhard Stäbler. Em 2011, foi compositor residente no festival "opening 11" (Trier) e estreou na Essener Philharmonie a obra que a mesma instituição lhe encomendou "After a hundred years" para soprano e orquestra (Duisburg Philharmonic Orchestra, soprano Salome Kammer, maestro Johannes Kalitzke). Em Maio de 2011 a sua peça Ensemble (para coro) foi estreada em Veneza.
Em 2013, o compositor tem tido concertos e masterclasses em numerosas cidades alemãs, Coreia do Sul, Reino Unido, Irlanda, Islândia, Japão, Estados Unidos da América.
Traduzido e adaptado de http://kunsu-shim.de/



Pedro Pinto Figueiredo (maestro e compositor) nasceu em Lisboa. Depois de terminar o Curso Geral de Composição da Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, concluiu o bacharelato em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com o professor e compositor Christopher Bochmann. Trabalhou com o compositor Emmanuel Nunes, em Paris, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Na mesma cidade, realizou paralelamente diversos cursos no IRCAM. Actualmente encontra-se a realizar um Doutoramento em Composição na Universidade de Évora.
Da sua produção musical, salientam-se obras como Germinal, para octeto de sopros e piano, Wake, para clarinete, Myshi, para flauta solo e Scindite, para clarinete baixo, contralto e orquestra de cordas. Tem tido como prioridade na sua pesquisa musical a utilização das novas tecnologias, principalmente no âmbito do tratamento do som em tempo real e da sua espacialização. Estreou em 2002 a obra Ser, para orquestra de cordas, no Festival de Música Contemporânea de Dunkerk, com a Orquestra Lírica de Paris.
Em 1997, iniciou os estudos de Direcção de Orquestra no Conservatório de Dijon, na classe do Maestro Jean Sebastian Béreau, tendo conquistado, em 2002, a medalha de ouro do concurso de finalistas do respectivo conservatório. Trabalhou também com o Maestro Peter Rundel e Emílio Pomarico, na área da direcção de música contemporânea, e colaborou com o primeiro na gravação de Duktus e Epures de la serpen vert, bem como na ópera Das Märchen, de Emmanuel Nunes. Em 2009, estreou na Casa da Música, como maestro assistente, a obra La Douce, de Emmanuel Nunes.
Foi Maestro da Orquestra do conservatório da Metropolitana, tendo dirigido também a Orquestra Sinfónica Juvenil e a Orquestra Jovens Músicos; foi responsável por um Estágio de Direcção de Orquestra na ESART e é responsável pela direcção do Estágio Internacional de Orquestra de Leiria, na sua 10ª edição.
Tem leccionado em vários conservatórios a disciplina de Análise e Técnicas de Composição. É Docente na Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), onde lecciona Análise e Orquestração, tendo pertencido ao seu Conselho Directivo. Actualmente é Director Pedagógico da Escola de Música Nossa Senhora do Cabo, em Linda-a-velha, onde dirige o Atelier de Música Contemporânea. 
Em 2002, iniciou os projectos Orquestra A2M – Arquivo da Memória Musical e, em 2003, o grupo de música contemporânea Lisbon Ensemble 20/21.
Em 2003, estreia-se em Portugal com a Orquestra Filarmonia das Beiras, tendo desde então dirigido vários agrupamentos e orquestras, de que se salientam a Orquestra do Algarve, a OrquestrUtópica, a Orquestra Gulbenkian e o Remix Ensemble.




O Ensemble Collegium Musicum Electroacústico foi fundado em 2013. O núcleo central dos músicos do grupo são professores do Conservatório de Música de Seia - Collegium Musicum e colaboradores assíduos do festival Dias de Música Electroacústica, tendo sido dirigido pelos maestros Jean-Sébastien Béreau e Pedro Pinto Figueiredo. O seu repertório tem incidido em compositores portugueses como João Pedro Oliveira e Alexandre Delgado, mas também em compositores estrangeiros como Stockhausen e Stäbler. 



Pedro Pinto Figueiredo - Maestro
Gerhard Stäbler - electrónica / performer
Kunsu Shim - performer / piano brinquedo
Jaime Reis - electrónica

Ludovic Afonso - Violino

Joana Guerra - Violino

José Pedro Sousa - Violoncelo

Marco Albuquerque - Flauta Transversal

Carlos Silva - Clarinete

Bruno Rodrigues - Saxofone

Diana Dias - Fagote

Emanuel Amaral - Trompete

Fábio Abrantes - Tuba

Pedro Freire - Percussão

Paulo Pacheco - Piano

Helder Abreu
 - performer
Emilia Suto - performer
Túlio Santos - performer

















































































































































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